O calçado e o conforto!

Antes de iniciar este post devo admitir que, como a maioria das mulheres, tenho uma enorme paixão por calçado! Adoro chinelos, tênis, sabrinas, pumps, botas, botins, etc etc etc! Enfim se podesse todos os meses comprava mais um par!

Mas não consigo estar bem disposta e feliz se não me sentir confortável com o calçado! Costumamos falar da dor de dentes e de ouvidos, como aquelas dores que não conseguimos estar bem, pois bem para mim posso juntar as dores nos pés!!!

Portanto, uso quase todo o tipo de calçado, mas tendo em consideração algumas características para que me sinta confortável. 

Uma grande parte das pessoas que me procura é por problemas e/ou dores nos pés. A questão que todos me colocam é se podem continuar a utilizar o seu calçado, uns por uma questão estética, outros financeiros e ainda os que por motivos profissionais têm que utilizar um determinado tipo de calçado (por vezes, clássico). Pois bem, em princípio não há problema desde que tenhamos em consideração alguns aspetos, que vos indico de seguida:

• Se possível que a palmilha do calçado seja amovível, para se possa colocar uma personalizada;
• Caso, o calçado não tenha a possibilidade de tirar a palmilha, a forma do calçado deve ser mais larga para se poder colocar uma palmilha individualizada;
• O tamanho ideal de calçado é o tamanho do pé mais 0,5-1cm, dependendo do formato do calçado (exemplo: calçado com a zona dos dedo mais estreita deve dar-se um espaço extra de 1cm);
• O calçado não pode ser apertado;
• As solas mais indicadas são as de borracha ou micro (por serem mais amortecedoras);
• Caso utilize saltos prefira os mais largos;
• Se utilizar saltos mais altos estes devem ser compensados à frente (sendo que a diferença entre o calcanhar e a zona dos dedos não deve exceder os 4cm);
• Os chinelos mais indicados são os que têm um formato anatómico (se possível com altura na zona do arco interno);
• O calçado não deve ser totalmente raso (o calcanhar deve estar ligeiramente mais alto que a parte da frente do pé); 
• No caso de ter "joanetes" (Hallux Valgus), dedos em martelo ou calosidades na parte superior do pé (zona dorsal) deve escolher calçado com pele extensível nessas zonas.

Espero que estas dicas já sejam suficientes para que se sinta mais confortável no seu quotidiano. 

Abaixo deixo-vos o que hoje tenho calçado: umas sabrinas de tecido bastante confortável com palmilhas personalizadas no seu interior para que sinta todo o meu pé apoiado.

   

                          

Até breve.

Inspiração da semana #1

Até breve.

O Desporto e os Entorses no Tornozelo - parte I

Atualmente o incentivo à prática desportiva e à adoção de um estilo de vida saudável desde a infância está mais presente no nosso quotidiano. No entanto, é importante promover uma prática desportiva bem acompanhada por Professores e Técnicos especializados! Se pratica desporto sozinho deve ter muita atenção a determinados sinais e aconselhar-se com especialistas, sejam eles Técnicos de Desporto, Fisioterapeutas, Ortoprotésicos, Médicos ou outros. 

Muitas das lesões que ocorrem durante a prática desportiva devem-se a treinos e/ou movimentos incorretos ou a algumas anomalias estruturais que temos e que nem sabemos que as temos. 

O entorse no tornozelo é provavelmente a lesão mais comum (15-25%) das lesões que ocorrem no aparelho musculo-esquelético, sendo a sua maioria (95% dos casos) entorses externas. 

Mas o que é mesmo um entorse?

Os ligamentos são uma estrutura elástica, que compõem o sistema musculo-esquelético, e que têm como função manter os ossos e as articulações na posição correta aquando do movimento. Como são estruturas elásticas, estas esticam até ao seu limite e regressam à sua posição normal. Quando estas estruturas ultrapassam os seus limites ocorre um entorse, sendo que nos casos mais graves, as fibras elásticas, que compõem o ligamento, podem sofrer rotura.  

Os praticantes de desportos como o futebol, ténis, basquetebol, voleibol, ginástica e ballet estão mais propensos a que lhes ocorra este tipo de lesão devido aos impactos que realizam e/ou às frequentes mudanças de direção. 

É muito importante que quando ocorra este tipo de lesão que se dirija de imediato a um médico (se possível Fisiatra) para que lhe seja prescrita a medicação, fisioterapia e a ortótese mais adequada. 

É fundamental para o seu tratamento e rápida recuperação fazer sessões de fisioterapia e em consonância utilizar a ortótese mais indicada para o seu caso. 

Mediante a gravidade da lesão, pode existir a necessidade de se imobilizar primeiramente a articulação e com a evolução das sessões de fisioterapia e o seu estado, passar a ter uma ortótese que alinhe a articulação e lhe permita realizar alguns movimentos e por fim a utilização de uma ortótese somente de contenção elástica. 

www.orliman.com

http://www.ottobock.es/

Dada a elevada recorrência deste tipo de lesões é importante prevenir e sobretudo quando ocorrem ser realizado o tratamento por completo. Sabemos que, sobretudo no caso de desportistas amadores estes regressam demasiado cedo aos seus treinos, originando muitas vezes uma lesão recidiva (retorno à lesão primária). 

P.S. - Para não tornar este post demasiado longo, mais à frente voltarei a este tema onde me focarei nas ortóteses mais adequadas para cada grau de entorse (Grau 1-3), os seus sintomas e tratamentos associados. 

Até breve.

Mochila da Escola - Cuidados a ter!

O regresso à escola está praticamente aí!

É o momento em que crianças e jovens gostam de renovar as suas mochilas!

Mas atenção que nem todos o tipos de mochilas são as ideais.  Provavelmente, se disser ao seu filho que determinada mochila não é a melhor e que deve escolher outra para prevenir que no futuro não tenha problemas e dores nas costas, o mais certo é que o seu filho não o oiça com a devida atenção. Para eles, este é o momento de mostrarem aos seus colegas a sua NOVA mochila.

Portanto, tente aliar o gosto do seu filho com o que é benéfico para as suas costas!

Infelizmente nem sempre é possível encontrar uma mochila com todas as características.  No entanto, abaixo indico quais os principais aspectos a ter-se em conta:

1. Tamanho da mochila - A altura total da mochila deve ser até 5cm abaixo da cintura; 

2. Alças Largas e ajustáveis - Para que a pressão exercida nos ombros seja distribuída adequadamente e a altura da mochila possa ser regulada;

3. Cinto abdominal - Permitir que o peso da mochila seja distribuído não só pelas costas mas também pela zona abdominal, e possibilita ainda que a mochila fique próxima das costas;

4. Parte de trás da mochila almofadada (na zona de contacto com costas) - para aumentar o conforto dos jovens e crianças; 

5. Mochila com rodinhas - Altura da pega da mochila deve ser tal que quando a criança estiver a puxá-la não fique flexionada.

No momento de utilização da mochila devem-se ter os seguintes cuidados:

1. O peso da mochila não deve ser superior a 10% - 15% do peso corporal (ex.: criança com 40kg, peso máximo ideal 4kg); 

2. Utilizar sempre as duas alças;

3. No caso de se utilizar uma mala com apenas uma alça, ao longo do dia alternar o lado em que se utiliza a mala;

4. O material escolar mais pesado deve estar próximo da coluna, para que o peso não puxe a coluna da criança para trás. Quando tal acontece as crianças costumam adotar uma postura em flexão anterior (inclinam-se para a frente); 

5. No caso da mochila ter bolsas laterais distribuir o peso uniformemente entre ambos os lados;

6. Atenção que no caso da criança ter que subir e descer muitas escadas uma mochila com rodinhas não é o mais adequado.

Soluções para reduzir o peso na mochila:

• A comida ir numa lancheira à parte; 
• Utilizar um caderno para cada disciplina e com menos folhas ou mais pequeno; 
• No caso de se utilizar dossier, levar somente as folhas das disciplinas que se tem no dia;
• Se possível adquirir um cacifo na escola, é importante!

Caso o seu filho se queixe de dores nas costas, ou caso repare que ele se inclina muito para um dos lados ou demasiado para a frente/ trás, deverá contactar de imediato um especialista para verificar a situação!

Feliz regresso à escola e Bom estudo!

Até breve.

Calçado Ortopédico

Já lá vai o tempo em que o calçado ortopédico era feio!

Quando falamos de calçado ortopédico para criança a ideia que surge a todos é da sandália azul escura com tacão preto.

Na verdade, atualmente em Portugal, já é fabricado calçado esteticamente bonito e mais importante ainda, de grande qualidade e em que é possível fazer todas as adaptações necessárias. De referir que na maioria dos casos, essas adaptações, não são possíveis de serem detetadas à primeira vista!

Este tipo de calçado é sempre fabricado por medida, ou seja, não existe em stock! O cliente deve escolher o modelo e as cores que mais gosta (tendo em conta algumas especificações do Técnico, por vezes é essencial ter o cano alto) e o Técnico tira as medidas necessárias aos pés, verifica quais os extras necessários (por exemplo: contraforte rígido, cunhas internas ou externas, compensações de alturas, entre outros), posteriormente verifica qual a forma do calçado que mais se aproxima das medidas e realiza a encomenda. 

Atenção que no ato da encomenda do calçado se este for acompanhado de uma prescrição médica tem o benefício do IVA ser de 6% e pode ser colocado como despesa de saúde!!!

Modelo Ally - http://www.nimcomade4you.com/

Modelo Bamby - http://www.nimcomade4you.com/

Bota de criança  Ref.053/14 - http://www.lola.pt/

Ténis de criança Ref.026/12 - http://www.lola.pt/

Até breve.

  

Profissão de Ortoprotésico

A profissão de Ortoprotésico é uma das que integram a carreira de Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (TDT). Estas profissões encontram-se definidas, em Portugal, pelos seguintes decretos de lei: nº261/93 de 24 de Julho, nº320/99 de 11 de Agosto e o nº564/99 de 21 de Dezembro.

No Decreto-Lei nº564/99 é possível ler-se no artigo 3º, ponto 2: "No desenvolvimento das suas funções, os técnicos de diagnóstico e terapêutica actuam em conformidade com a indicação clínica, pré-diagnóstico, diagnóstico e processo de investigação ou identificação, cabendo-lhes conceber, planear, organizar, aplicar e avaliar o processo de trabalho no âmbito da respectiva profissão, com o objectivo da promoção da saúde, da prevenção, do diagnóstico, do tratamento, da reabilitação e da reinserção".

Ainda no mesmo Decreto-Lei, no artigo 5º, ponto 1, pode ler-se a caracterização da profissão de Ortoprotésico: "l) Ortoprotésico — avaliação de indivíduos com problemas motores ou posturais, com a finalidade de conceber, desenhar e aplicar os dispositivos necessários e mais adequados à correção do aparelho locomotor, ou à sua substituição no caso de amputações, e de desenvolvimento de acções visando assegurar a colocação dos dispositivos fabricados e respectivo ajustamento, quando necessário". 

A licenciatura em Ortoprotesia atualmente é possível ser realizada, em Portugal, em duas instituições publicas: na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa http://www.estesl.ipl.pt/cursos/licenciaturas/ortoprotesia ou na Escola Superior de Saúde do Algarve https://ess.ualg.pt/pt/curso/1518. 

Até breve.